O que faz um homem ser desejado e disputado a ponto de ser alvo de perseguições, ameaças e objeto de uma verdadeira caçada?
Olhando sob a óptica da sociedade moderna, materialista e consumista, é, sem dúvida, a sua aparência. Este deve se enquadrar nos requisitos de um produto de consumo: corpo produzido e bem enquadrado na altura e peso. Perfeito, sem marcas ou cicatrizes, depilado, bem ajustado, um metrossexual.
Ser bom de conversa, olhar sedutor e gestos e ares de ser alguém importante, postura fotogênica e galanteador. Ter um carro, cartão de credito, gostar de festas e aventuras. Esse tipo masculino se posta a serviço, subjugado pela marca opressora do ter. Um alguém que possui e que oferece aquilo que seu público admirador (opressor) deseja adquirir para a satisfação de seus egos, caprichos e fantasias.
Olhando a partir da realidade bíblica, o homem como dom, fruto da gratuidade, aquele que é a imagem e semelhança de Deus. Isso subverte completamente a mentalidade machista, produtiva e do falso direito de posse, que induz o homem ao erro de visar só adquirir bens e propriedades para garantir a sua força e domínio. A Bíblia nos fala do homem criado à imagem e semelhança de Deus, que foi colocado no Paraiso Terrestre para ali desfrutar de tudo ao seu alcance, na condição de companheiro e amigo de Deus, em cuja companhia passeia em meio à natureza ao entardecer.
Esse modelo de homem está bem delineado na figura de São José, o Justo. Homem obediente, trabalhador, orante e temente a Deus. Partícipe de sua comunidade, um estudioso na leitura e meditação das Sagradas Escrituras. Um garimpeiro das promessas de Deus, sempre sedento de encontrar a vontade de Deus em tudo e, assim, poder cumpri-la. José, um ardoroso colaborador nos desígnios de Deus no Seu Plano da Salvação.
Para conhecer a vontade de Deus e viver em Seu amor, é exigido do homem a ousadia de buscar, sem medo de perder tudo nessa busca. Isso José fez ao tomar conhecimento, pela revelação do anjo, em sonhos, da missão a ele confiada: acolher e assumir a vida de Maria e do Menino Jesus. José morreu para si mesmo, abandonando-se incondicionalmente nas Mãos da Providência.
As virtudes são forças que brotam de um coração que tem como objetivo, eu diria, abraçar uma causa solicitada por Deus: José, Filho de Davi, recebe em sua casa Maria, que traz em seu ventre o Ungido de Deus. Daí para frente, ele irá precisar se capacitar dos dons do Espírito Santo para cumprir com dignidade e júbilo essa missão divina.
O mesmo acontece com o homem e a mulher que são vocacionados a abraçar a vida conjugal na construção da família. Seu casamento é consagrado com a unção da fidelidade e o selo do amor ao seu cônjuge, sob o compromisso da responsabilidade na formação dos filhos que hão de vir. Eis a nobre missão no exercício da função de pais e educadores: são moldadores do caráter de sua prole, empenhando-se em fazer deles dignos filhos de Deus, seguidores dos ensinamentos de Jesus. Em suma, uma família cristã no caminho da santidade.
Por Canção Nova